quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eu Tenho que Ir, Mesmo?

Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos Céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém. Lucas 9:51, NVI.


Não tem jeito! Chega um dia que é inevitável. Pode ser de manhã, à tarde ou à noite, isso pouco importa. Seus pais entraram em seu quarto para uma conversa diferente... O jeito que o olharam e o modo como se sentaram denunciavam que algo estava errado ou, no mínimo, complicado. E então, soltaram uma bomba, dessas atômicas que a gente vê em filmes. Você se sentiu impotente ao ataque e ficou paralisado. Você imaginava que uma coisa dessas acontecia só na casa dos outros, mas não na sua. Não sei a idade que você tinha. Alguns começam mais cedo que outros. Mas o fato é que um dia lhe falaram que você deveria ir para a escola.

Não sei qual foi sua reação. Se você gritou Nãããooooo! Ou se aceitou sem reservas. Mas a história mostra que chega um dia em que os filhos, com cara de dó, fazem esta pergunta: “Pai, eu tenho que ir, mesmo?” Os complementos da pergunta podem ser os mais variados possíveis: “É que está muito frio”, ou “estou com dor de cabeça”, ou “pode ser que eu quebre o pé na escola”. Mas não tem jeito, o fato é um só. Você tem que ir. Mesmo!

Preste atenção no que vou lhe dizer agora: você precisa ir à escola todos os dias letivos do ano. E não apenas para estar presente fisicamente, mas todas as suas energias e concentração devem estar ali também. A educação é a base para a realização de quase todas as coisas da vida humana. Nem sempre ir a escola é tão fascinante quanto deveria, mas sempre é fundamental para formar um conhecimento relevante.

Observe: às vezes, os lugares em que menos gostamos de estar ou ir são os mais relevantes. Jonas não queria ir a Nínive como Deus havia ordenado. José não queria ir para a prisão, Daniel não queria ir para a cova dos leões e Jesus não queria ir para o Calvário. Mas, em todos esses casos, eles foram e essa decisão mudou a vida deles e a nossa! Um dia, Jesus, em outras palavras, lá no Getsêmani perguntou a Seu Pai: ”Eu tenho que ir, mesmo?” A resposta foi dada, e eu e você estamos salvos porque Jesus foi para o Calvário

Como Ganhar Perdendo

Disse o homem: “Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e homens e venceu.” Gênesis 32:28

Em suas biografias, a Bíblia não trata de esconder quem verdadeiramente eram as pessoas cujas vidas ela relata. Há, por exemplo, mais capítulos em Gênesis dedicados a Jacó e sua família do que a qualquer outro patriarca. É o único que vemos em ação como criança, jovem, marido e pai. Pela graça, tornou-se pai das doze tribos de Israel e ancestral de Jesus.

O rabino e escritor Harold Kushner, em seu livro Que Tipo de Pessoa Você Quer Ser, menciona que escutou certa vez um psicólogo estabelecer um contraste entre dois tipos de moralidade. “Existe a moralidade da esperteza e da sagacidade, em que ter sucesso significa levar a melhor numa interação com outra pessoa por meio de um negócio feito com astúcia ou de uma resposta esperta. Nesse tipo de moralidade, o pior pecado é deixar alguém tirar vantagem de nós, e a pior punição é a vergonha quando outras pessoas nos desprezam por terem levado a melhor. Há também a moralidade da integridade, em que o bem maior é a consideração pelos outros e a pior punição é a culpa quando nos desprezamos pelo que fizemos.”

“Esperteza” é a palavra que se enquadra bem na personalidade de Jacó. Quando as coisas não andavam como ele queria, encontrava um jeito de manipular as circunstâncias para não sair perdendo.

Por meio da esperteza, aproveitou-se do irmão. Durante muito tempo ele teve que conviver com a realidade de ter enganado o irmão, tirando-lhe a primogenitura e todos os privilégios que ela trazia. Para complicar, enganou o pai e dividiu a família. Mas Jacó era do tipo que nem perdia sono por isso. Chegava a dormir até mesmo com um travesseiro de pedra e a ter bonitos sonhos.

Por mais esperteza que quisesse demonstrar, tinha dentro de si o conflito de conseguir a qualquer custo o que quisesse, mas ao mesmo tempo se sentia insatisfeito pelo que havia feito. Esse conflito se aprofundou até que chegou ao auge, no momento da luta com o anjo. Da última vez, quem lhe perguntara o nome fora o pai. Sua resposta foi: “Esaú”. Agora, porém, admitia quem realmente era. Quando o anjo lhe perguntou qual era seu nome, estava em verdade perguntando: “Que tipo de pessoa você é? Você está vivendo de acordo com seus valores?”

Deus tomou a iniciativa de ir ao encontro de Jacó. Ao lutar com Deus, o egoísmo e a autossuficiência deram lugar à nova natureza. E Jacó ganhou um novo nome e um novo coração